Queridos “Avecs” Ressabiados…
É triste! A vossa atitude é verdadeiramente triste e
reveladora da vossa essência pequenina e mesquinha, mas crente que é imponente
e majestosa!
Napoleão morreu há séculos, mas deixou como herança esse
complexo napoleónico da invencibilidade de que padecem muitos franceses… (Não
todos… Graças a Deus!)
Mas deixem que vos relembre, que nem Napoleão foi
invencível - já sei… faltaram à lição de
História sobre a Batalha de Waterloo -
nem vocês são invencíveis como provaram ao mundo os “petit portugais”! E reparem que somos “petit” e “dégoûtant”, mas foi o que nos
bastou para vos derrotar… na vossa própria casa.
Mas calma… O facto de vocês não serem invencíveis não é a
única lição que aqui os “petit portugais” vos podem ensinar… também vos podemos
ensinar a lidar com os “quase lá” e com a sensação horrível que é “perder em
casa”!
É que caso não tenham reparado, a História do Futebol
Português, não está marcada por grandes vitórias e conquistas de títulos. Muito
pelo contrário… As derrotas e desilusões foram tantas, que todos falam (ou
falavam) no “triste Fado Português” de morrer sempre na praia… De facto, se
olharem bem para o percurso da nossa Selecção conseguem facilmente perceber que
este está recheado de troféus nos campeonatos do “bolas pá… estivemos quase
lá”, “Foi quase”… e quando pensávamos
que “ É desta!” os Deuses gregos tramara-nos as voltas na nossa própria casa.
Por isso, mais do que ninguém, nós os “Petit Portugais”, sabemos o que é perder…
sabemos o que é perder um Campeonato em casa… sabemos o que é ficar com o sabor
amargo da derrota na boca, por dias e dias… ou melhor… anos e anos.
Tal como vocês, também
nós em 2004, estávamos profundamente convencidos que o Campeonato
Europeu era nosso… também nós tínhamos tudo pronto para festejar, aquele que
deveria ter sido o nosso primeiro titulo Europeu.
Não havia uma janela, uma varanda, um carro que não
estivesse “decorado” com a nossa bandeira… as ruas de Portugal vibravam com a
festa do Futebol…
Estávamos em casa… éramos os anfitriões… tínhamos feito um
Campeonato de loucos… e estávamos pela primeira vez na final… frente aos
Gregos, que supostamente eram uma equipa mais fraca… A vitória era a cereja no topo do bolo para que o Euro 2004
fosse o Campeonato Perfeito para os Portugueses… ela estava ali… mesmo à nossa frente… só
faltava um “bocadinho assim” para o sonho tonar-se real…
Muitos de nós, incluindo eu, deixaram-se levar pelo
entusiasmo e esqueceram um pequeno grande pormenor… Para festejar um titulo,
primeiro há que vencer a final… e foi o que nos faltou!
Vencemos tudo… menos a final!
Perdemos frente aos Gregos, e custou-nos horrores… Uma
derrota que demorou mais do que muito para assimilar e digerir! Ficámos com o grito “Campeões…!” atravessado na garganta por
muito tempo… Por 12 anos para ser mais precisa!
Se foi uma vitória justa?… Para nós, Portugueses, obviamente
que não! Para os Gregos, foi mais do que merecida.
Mas apesar de nos sentirmos injustiçados, apesar da nossa
tristeza e desilusão, vestimos a camisola do “fairplay”… Os gregos celebraram a vitória nas nossas ruas… não se
apagaram as luzes dos monumentos… não houve gás lacrimogéneo nem canhões de
água para “dispersar” os adeptos gregos que apenas celebravam uma vitória do
seu país…
Apesar de sentirmos que deveríamos ter sido nós os
vencedores, não caímos no ridículo de assinar uma “petição” para repetir o
jogo. Repetir para quê? Para provar aos Mundo e a nós próprios que somos
maiores e melhores que tudo e todos? Não meus caros… Nós não precisamos de
provar nada a ninguém porque na verdade nós não somos nem mais nem menos do que ninguém… não somos nem mais nem menos
que os Gregos… eles tinham tanto direito à vitória como nós!
Demos os parabéns aos Gregos, por muito que nos custasse…
aceitámos a derrota e seguimos em frente. Há mais campeonatos, e certamente a
nossa oportunidade de celebrar irá surgir.
E surgiu…
O Euro 2016 acabou por se tornar na oportunidade com que os
Portugueses sonhavam há muito…
Durante todo o Campeonato fomos bombardeados com provocações
e faltas de respeito por parte dos franceses… não éramos bons… éramos nojentos…
não merecíamos passar a fase de grupos… os quartos de final… as meias finais… e
muito menos estar na final…
A falta de respeito dos franceses para com a Selecção
Portuguesa e para com os Portugueses, provou-se nas ruas de Paris, quando
poucas horas antes do apito final, já circulava nas ruas o autocarro para
transportar os Novos Campeões Europeus… que, espantem-se lá, destinava-se à
Selecção Francesa.
Todos nós sabemos que este tipo de celebrações necessitam de
algum tempo de preparação, e que um autocarro decorado a preceito não se
consegue com um estalar de dedos… mas um pouco de contenção e descrição não vos
tinha ficado nada mal!
Tal como nós em 2004, também vocês agora esqueceram-se de um
pequeno grande pormenor… para celebrar uma vitória, primeiro há que vencer.
Mas estavam tão convictos da vossa superioridade e da vossa
Vitória, que nem se preocuparam em ser “politicamente correctos”… afinal, já nos
tinham faltado ao respeito tanta vezes, o que custava continuar a desrespeitar?
Este desrespeito voltou a manifestar-se em campo… não só no
relvado como nas bancadas…
“Há que aniquilar o Cristiano Ronaldo!” disse o seleccionador
francês… afinal, a Selecção Portuguesa é “dégoûtant” e basta eliminar o melhor
jogador da equipa para garantir a Vitória… Estavam tão convictos que os restantes jogadores de Portugal
não valiam nada, que aniquilar o Cristiano Ronaldo tornou-se no primeiro grande
objectivo de toda a equipa francesa… e foi o que conseguiram numa jogada nojenta
protagonizada por Payet…
Mas heis que surgiu em campo algo que vocês, franceses
napoleónicos, desconhecem, e que por isso mesmo não conseguem reconhecer…
Perdemos o nosso maior “guerreiro no campo de batalha”…
Mas vocês do topo da vossa arrogância
altiva, já deviam saber que o futebol não é um jogo individual… é um jogo de
Equipa!
E esta, foi mais uma lição que os “Petit Portugais” vos
deram em pleno campo do Stade de France em Saint-Denis…
Quando Cristiano Ronaldo abandonou o relvado em lágrimas, os
vossos olhos brilharam de orgulho… “É nossa! A vitória é nossa!” era o que se
podia ler em todos os rostos franceses…
Mas este, que foi o vosso maior orgulho, revelou-se também a
vossa maior desgraça… mal sabiam vocês que a vossa jogada nojenta de aniquilar
o nosso Capitão, acabou por se tornar a nossa maior motivação.
Enquanto vocês riram das lágrimas de Cristiano Ronaldo, os
Portugueses uniram-se em torno delas…
Todos os jogadores Portugueses, um por um, uniram-se como
nunca e provaram a tudo e a todos, que
não precisamos de jogar futebol espectáculo para vencer… não precisamos de ter o
maior astro em campo para vencer… precisamos de união… de determinação… de
humildade… de Equipa!
E foi por isto que os “Petit Portugais”, de futebol
“Dégoûtant” vos derrotaram em campo… porque fomos TODOS uma EQUIPA movida por
uma enorme e grandiosa vontade de VENCER!
Não importa se fomos a melhor ou a pior equipa em
Campeonato… não importa se marcámos 5 ou 20 golos… não importa se conseguimos
“x” derrotas, “x” empates, ou “x” vitórias…
O que importa é que fomos “A” Equipa que conseguiu “A” maior
Vitória do Campeonato… E deixem-me que vos diga… com todo o MÉRITO!
E Vitórias assim não se conquistam com “football dégoûtant”…
conquistam-se com esforço, com união, com determinação, com convicção, com
humildade… e acima de tudo com Espírito de Equipa e Fairplay!
Por isso, deixem lá de lado esse complexo napoleónico…
desçam à terra… e aceitem que o Futebol é mesmo assim… umas vezes ganhasse…
outras vezes perdesse.
O que importa é celebrar a festa do Futebol em casa…nas ruas… nos estádios…no nosso país ou no país deles... com
todos os adeptos, os nossos…os vossos… os deles.… Adeptos que em vez de serem
movidos por arrogância e sentimentos de superioridade, se movam pela alegria, pelo convívio
e pela União.
Mas acima de tudo, adeptos movidos pelo espírito de “Fairplay”!