terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Velho...

Hoje de manhã, quando estava a sair de casa, assisti a mais um episódio caricato protagonizado pelo meu vizinho do R/C, que todos tratam por “O Velho!” Trata-se de um senhor, já com os seus 70 e muito anos, reformado, que dedica todo o seu tempo livre a infernizar a vida dos vizinhos.
Ao início sentia uma certa pena dele e da mulher. Na verdade até simpatizava com eles… dois velhotes reformados, que não tinham nada para fazer ao longo dos seus dias e que se entretinham com as coisas mais fúteis que se possa imaginar… mas hoje, ao fim de quase 6 anos de convívio diário forçado, a minha opinião é outra. Porque o meu vizinho não só não controla tudo o que os outros fazem, como ainda tem a lata de pedir satisfações sobre tudo e todos. Quando não se dedica a ofender e a fazer acusações infundadas.
Não foram poucas as vezes que ele teve o descaramento de me bater à porta a pedir satisfações do género “Quem é que foi ao sótão e deixou a porta aberta?”… “Quem é que deixou a posta da entrada aberta?” … e isto quando ele não acusa logo uma pessoa “O senhor fez mudanças há pouco tempo e partiu o não sei quê não sei de onde!”…“O senhor entrou a altas horas da noite no prédio e deixou a garagem aberta!”…  Já para não falar nas ofensas verbais, como a de chamar “drogados”, “gatunos”, “desordeiros” e outros miminhos do mesmo género aos vizinhos mais novos do prédio (onde eu me incluo).
A minha cara-metade sempre lhe respondeu à letra, o que acabou por gerar um certo ódio de estimação entre os dois. A tal ponto que O Velho acusa a minha cara-metade de tudo e mais alguma coisa… Garagem aberta? Foi o filho da p… do vizinho lá de cima! Porta do prédio aberta? Foi o filho da P… do vizinho lá de cima!... A garagem tem água no chão? Foi o filho da p… do vizinho lá de cima!”… ou seja tudo o que está mal naquele prédio, é da culpa e da responsabilidade da minha cara-metade.
Durante muito tempo fui tentando acalmar os ânimos… Relaxa! Ignora! Não ligues! Não dês importância! Mas houve um dia que O Velho teve um azar dos diabos e apanhou-me naqueles dias que só as mulheres sabem dar o valor. . E aí meus amigos, é que foi o bom e o bonito. Como dizem os brasileiros “rodei a baiana!”
Estávamos a sair da garagem e o velho que estava lá, começou logo a vomitar um rol de acusações e de ofensas à minha cara-metade assim do nada… passei-me da marmita! Chamei-lhe tudo e mais alguma coisa! Disse-lhe as verdades todas na cara… que era um inútil… um velho infeliz... um emplastro… um ser desprezível que só se sentia feliz a infernizar a vida dos outros… e ainda rematei, já quase aos berros e com toda a vizinhança à janela “Que se ele continuasse a fazer acusações infundadas contra o meu marido, que apresentava queixa dele, e ainda o processava por calunia e difamação!”
E não sei se foi da ameaça se foi de me ver passada da cabeça e aos berros (coisa muito rara em mim) a verdade é que O Velho nunca mais nos disse ou fez nada. Sempre que encara comigo, baixa os cornos e segue em passo apresado de volta para a toca.
Por isso, foi com alguma graça que hoje, quando cheguei à garagem para tirar o carro, vi que o velho estava de saída. Mas assim que me viu, voltou atrás… fingiu estar muito atarefado a limpar nem sei bem o quê, só para controlar se eu batia com o carro em algum lado… se eu fechava a porta da garagem… se eu mexia em algo que lhe pertencia… Não fui capaz e tive mesmo de me rir. Quase que aposto que assim que fechei o portão, ele foi inspeccionar se os pneus do carro deixaram algum rasto de borracha no chão...
O homem é tão absurdo e tão ridículo, que uma pessoa tem mesmo de rir. Haja paciência!

1 comentário:

ajoaninha disse...

Grrr... esse Velho dá cabo da paciência de qualquer pessoa!!!